Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono
O que é?
A Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) é um distúrbio comum e subdiagnosticado, caracterizado por episódios recorrentes de obstrução das vias aéreas superiores durante o sono.
Este distúrbio afeta mais homens do que mulheres, devido ao fator de proteção hormonal do sexo feminino. Contudo, após a menopausa, a incidência aumenta. Pessoas com excesso de peso e obesas estão mais propensas a desenvolver esta patologia respiratória. Estima-se que um milhão de portugueses sofre desta patologia, que é ainda responsável por mais de 100 mil acidentes de viação por ano, devido ao facto dos doentes adormecerem ao volante.
Principais sintomas
Os sintomas mais comuns são:
- Roncopatia (ressonar alto);
- Episódios de engasgamento/sufocamento durante o sono;
- Pausas respiratórias durante o sono;
- Sono diurno e fadiga excessivos;
- Cefaleias matinais;
- Alterações da memória e da concentração;
- Irritabilidade fácil;
- Nictúria (necessidade frequente de urinar durante a noite);
- Boca seca;
- Diminuição da libido;
- Despertares noturnos e falta de sono reparador.
Em muitos casos, o doente não tem conhecimento dos episódios de apneia e são os familiares que se apercebem dos sintomas, especialmente durante a noite. Por esta razão, o casal ou a família do doente têm um papel fundamental na deteção de eventuais sintomas desta patologia, pois são quem deteta a existência de uma roncopatia intensa, movimentos corporais frequentes e paragens respiratórias.
Salienta-se que nem todas as pessoas que ressonam ou têm sintomatologia semelhante à descrita sofrem de apneia obstrutiva do sono, pois existem outros distúrbios e doenças que podem causar sonolência durante o dia e sono de má qualidade.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito através de um estudo do sono, nomeadamente, por um PSG (estudo nível I – laboratório do sono) ou por um estudo cardiorespiratório (nível III - domicílio).
Tratamento
Em relação ao tratamento, salienta-se o suporte ventilatório noturno com pressão positiva na via aérea. Existem outras opções terapêuticas, como o tratamento posicional na SAOS posicional, através de dispositivos eletrónicos que podem ser colocados a nível torácico ou cervical e que emitem uma vibração quando o doente se encontra em decúbito dorsal, de forma a induzir uma mudança de posição. Temos ainda os dispositivos de avanço mandibular e a abordagem cirúrgica. Não menos importante, é a necessidade de alertar o doente para a perda de peso, através da dieta e exercício físico regular e evição de álcool e sedativos.
Se tem algum dos sintomas descritos, consulte um dos nossos pneumologistas.
Pedro Silva Santos
Pneumologista
Hospital São Francisco | Leiria
Clínica São Francisco | Alcobaça