Endometriose: causas, sintomas e tratamento

13 de Mar de 2024
endometriose: causas, sintomas e tratamento

O que é a Endometriose?
A Endometriose é uma doença crónica, progressiva, mais frequente na mulher jovem, entre os 25 e 35 anos, e resultante da localização atípica de fragmentos de endométrio (o revestimento interno do útero). Estes focos de endometriose localizam-se mais frequentemente na superfície dos ovários, das trompas e do útero e nos ligamentos uterinos. Podem localizar-se, também, em outros órgãos pélvicos: bexiga, ureter e intestino. Mais raramente, podem instalar-se em órgãos à distância, como os pulmões, em cicatrizes ou no sistema nervoso. Quando o endométrio penetra no músculo uterino constitui a adenomiose que provoca aumento do fluxo menstrual.
A prevalência estimada é de 7% na mulher jovem.


Causas
A origem desta doença ainda não está completamente esclarecida, mas são considerados fatores de risco: as malformações do aparelho genital, a história familiar de endometrioses e a nuliparidade (nunca ter tido filhos).
Durante o ciclo menstrual, o endométrio sofre transformações relacionadas com as variações hormonais e que resultam no desencadear da menstruação. Dado que o endométrio ectópico é sensível às alterações hormonais, sangra igualmente na altura da menstruação, o que provoca inflamação, dor e, posteriormente, fibrose, mas também o aparecimento de aderências que agravam a dor.
 

Sintomas
O principal sintoma é a dor, por vezes intensa, que se expressa na altura da menstruação (dismenorreia), ou durante as relações sexuais (dispareunia), bem como dor pélvica crónica.
Para além da dor, pode ainda haver sangramentos fora do período menstrual, as chamadas metrorragias, e fluxo menstrual abundante. Em alguns casos também há infertilidade.

Nas situações de endometriose da bexiga há dor durante ao urinar e perda de sangue pela urina.
A endometriose intestinal manifesta-se por alterações do trânsito intestinal, acompanhadas de dor e perda de sangue nas fezes.
Já na endometriose pulmonar, surge, ciclicamente, sangue na expetoração.

Estima-se que em 50% das situações a doença seja assintomática.  
 

Diagnóstico
O quadro clínico de dor pélvica cíclica e crónica, por vezes associada a infertilidade, e a observação ginecológica, são muito sugestivos, mas a avaliação por ecografia é necessária e a ressonância magnética esclarece a gravidade da sua extensão. A confirmação faz-se por biópsia das lesões, habitualmente por laparoscopia.
 

Tratamento
O tratamento de primeira linha é a utilização dos contracetivos hormonais, associados a anti-inflamatórios quando a dor é muito intensa. Habitualmente, estão indicados estroprogestativos (a vulgar pílula), mas o contracetivo oral com progestativo ou DIU com progesterona podem ter indicação nos casos de menor resposta. Com estes tipos de medicação a dor reduz em cerca de 80% dos casos.
O tratamento cirúrgico está indicado nas situações graves que não respondem ao tratamento médico, nos casos de endometriose profunda, nas situações de tumor do ovário (endometriomas) e em alguns casos de infertilidade.
Como doença crónica que é, o tratamento prolonga-se por vezes, até à menopausa e em alguns casos está indicada a remoção dos ovários.
Deve ser feita a prevenção nas situações de risco: malformações do aparelho genital e história familiar de endometriose, bem como na presença de suspeita clínica.

Se tem algum dos sintomas indicados ou histórico familiar de endometriose, consulte um dos nossos especialistas.

 

Dra. Maria Gil 
Ginecologista e Obstetra
Casa de Saúde Santa Filomena | Coimbra 

 

 

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